Introdução: Devido a busca do homem por compreensão do ambiente em que vive e dos impactos causados pela sua interferência no meio, surge a percepção da necessidade de desenvolver relações cooperativas com a natureza. A educação, enquanto prática social, assume papel fundamental para a formação de sujeitos portadores da consciência ecológica. Com todas as preocupações a respeito das relações entre o homem e o meio ambiente na sociedade contemporânea, a inserção de valores ecológicos se apresenta de forma importante, não só nesta, mas nas próximas gerações, sendo então necessárias novas práticas para o desenvolvimento da Educação Ambiental (EA). O presente trabalho objetiva propor na Escola Municipal CIEP III Firmino Ayres e Otto Quinho, localizada no município de Patos no sertão da Paraíba, a inserção da Educação Ambiental como uma ferramenta para obter o despertar da consciência ecológica e promover uma melhor convivência entre o homem e o semiárido. Metodologia: O trabalho baseia-se na pesquisa-ação, que segundo Marques et all (2014) possibilita a participação da comunidade e do pesquisador de forma interativa. Para isso, foram realizadas três oficinas, a primeira constituiu-se de uma rodada de conversa com a abordagem de temas como: meio ambiente, preservação, conservação, Bioma Caatinga e semiárido, para através dos posicionamentos dos discentes sobre os temas serem obtidos perfis dos estudantes analisados. A segunda, tratou-se de uma oficina para confecção de desenhos que representassem o ambiente local. A terceira atividade buscou a inserção do conhecimento sobre a identidade cultural da região em questão, sendo apresentadas e discutidas duas músicas, foram elas: xote ecológico e asa branca, ambas com autoria de Luiz Gonzaga. Ao fim das atividades, foi desenvolvido um questionário para avaliar se as oficinas atingiram o objetivo inicial de obter indivíduos mais conscientes e com maior conhecimento sobre o meio que estão envolvidos. Resultados: Realizada a primeira atividade, foi possível perceber que os estudantes caracterizavam o Bioma Caatinga como seco e julgavam como feio e ruim, demonstrando pouco conhecimento sobre fauna e flora local. Ao questionarmos sobre preservação, demonstraram sensibilidade, porém não possuíam ações de combate à poluição. A segunda atividade constatou nos desenhos a percepção dos alunos de que o Bioma possui predominância do sol escaldante e sem presença de fauna ou flora, imagem naturalizada na forma com a qual enxergam o seu meio. Com a terceira atividade conseguiu-se abordar de forma didática temas como: a relação do homem com o seu meio, problemas ambientais, elementos que compõem a Caatinga e o despertar, com a educação ambiental, da consciência ecológica. Por fim, o questionário apresentou respostas distintas das iniciais, demonstrando uma mudança na percepção dos discentes sobre o seu ambiente, onde os mesmos passaram a caracterizá-lo como bonito e portador de diversidade. Considerações finais: As oficinas realizadas atingiram os seus objetivos e despertaram o pensamento crítico, além da obtenção de novas percepções sobre a Caatinga e o semiárido. O retorno obtido foi satisfatório, com engajamento de alunos, administradores e professores que se mostraram cada vez mais interessados em aprender e desenvolver a Educação Ambiental como ferramenta de debate para temas como: consciência ecológica, preservação e vivência do homem com o meio ambiente. Diante disso, foi realizado o início de uma tarefa a ser executada diariamente propondo a abordagem da Educação Ambiental inserida na rotina dos mais diversos campos do aprendizado.