O tomate (Lycopersicon esculentum) pertence ao grupo das hortaliças e apresenta grande importância: nutricional, social e econômica (MAKISHIMA e MELA, 2004). Em 2017, foi registrada uma safra de 4,3 toneladas de tomates (IBGE, 2018), sendo faturado nesse mesmo ano a quantia de R$ 14 bilhões (CNABRASIL, 2018). Apesar disso, 30% do tomate produzido é descartado (ALMEIDA, 2011), uma vez que o produto in natura contém cerca de 93 a 95% de água, o que favorece proliferação de microrganismos, reduzindo assim o tempo de vida de prateleira (SILVA e GIORDANO, 2000). A secagem é uma alternativa para evitar o desperdício do tomate tendo em vista que utilizando essa técnica é possível aumentar o tempo de prateleira do alimento, pois diminuirá a atividade da água, possibilitando a facilidade e economia no transporte, manuseio e estocagem (PORTO e PINTO, 2002). Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo desidratar e avaliar a cinética de secagem dos tomates em secador solar e em estufa e caracterizar os frutos in natura e desidratados quanto ao teor de umidade. O experimento foi desenvolvido em Sumé-PB, cidade localizada no Cariri ocidental paraibano. Os tomates utilizados no experimento oriundos de produtores locais, foram higienizados e cortados na transversal, com uma espessura média de aproximadamente 0,5 cm e submetidos ao pré-tratamento osmótico utilizando uma salmoura de 5% por um período de 30min. A secagem artificial foi realizada utilizando-se uma estufa incubadora. A secagem natural foi realizada com secador solar de exposição direta desenvolvido por estudantes do CDSA. A perda de massa dos tomates submetidos à secagem foi aferida em intervalos de 1 hora e a umidade (Xbu%) foi determinada. A secagem foi finalizada quando os frutos apresentaram perda de massa inferior a 0,05g .h-1. Os procedimentos de secagem tiveram duração de 8 e 13h para a secagem em secador solar e em estufa respectivamente, nos dois processos foi possível identificar duas etapas de secagem que se referem a velocidade constante e velocidade decrescente. A secagem em secador solar foi finalizada com 5 horas a menos que a secagem em estufa, e apresentou uma temperatura média de 72ºC para o secador, enquanto a temperatura média da estufa se manteve em 60ºC. A umidade final dos tomates desidratados foi de 1,8 % no secador solar e de 3,0 % na estufa, acarretando assim uma redução da massa de água de 92,5% para o secador e 91,3% para estufa. Nos dois tipos de secagem (artificial e natural) a desidratação gerou um produto, capaz de atender às recomendações para o armazenamento de alimentos desidratados. A secagem solar demonstrou ser uma alternativa barata e viável aos métodos de secagens convencionais, por apresentar maior velocidade de secagem e custo zero de energia elétrica. Ainda, vale ressaltar que as características climáticas da região do Cariri paraibano ocidental q influenciaram na redução do tempo de secagem em secador solar, conferindo agilidade e economia nesse tipo de processamento.