Dentro das paisagens antropogênicas, o homem foi destruindo habitat a taxas sem precedentes na história evolutiva da Terra (DIDHAM et al., 2005). A destruição do habitat gera fragmentos na paisagem e o grau de isolamento afeta a qualidade do ambiente, ocasiona a vida de comunidades (ARNÓBIO, 2012). Quanto maior o grau de fragmentação, mais altos são os riscos de extinção de espécies, (SOCORRO, 2014). O isolamento dos fragmentos resulta na diminuição da diversidade biológica, das taxas de imigração ou recolonização. A partir do isolamento, essas “ilhas” ficam exposta à insolação e modificação do regime de ventos. O presente trabalho visa realizar uma análise espaço-temporal da cobertura vegetal no Instituto Federal do Ceará (IFCE) – Campus Quixadá e nas áreas de seu entorno, identificando o surgimento de fragmentos florestais, bem como as alterações sofridas ao longo do tempo..Foram produzidos mapas, utilizando imagens nos anos de 2008, 2013 e 2016, delimitando um raio de 500 metros envolto à alameda do Cedro, onde se localiza o Instituto, de forma a quantificar mais especificamente a área amostral. Foram, também, utilizados os softwares Google Earth Pro. Para georreferenciamento e aquisição de imagens, e ArcGIS, para produção dos mapas, com fim de realizar comparações temporais.Com isso, a análise temporal da cobertura vegetal mostra que houve uma redução de habitats naturais entre 2008 e 2016. As áreas de vegetação em estágio intermediário de regeneração diminuíram o correspondente 66,54%. Áreas em estágio inicial de recuperação surgiram nos últimos anos, no entanto, também é possível observar uma redução de 47,21% de 2013 para 2016, valor considerável para um período de tempo relativamente curto. As áreas de vegetação nativa diminuíram de tamanho, houve um aumento de 8,63% das áreas de cultivo e de pousio (112, 87 ha em 2008 para 123,52 ha em 2016) e de 258% de áreas edificadas entre 2008 e 2016, período esse marcado pela implantação do IFCE e Universidade Federal do Ceará (UFC).A diminuição da área resulta em impactos causados ao longo da escala temporal tendo como principal agente o efeito da redução da vegetação e o isolamento dos fragmentos. A redução dos fragmentos é de 3,34% para vegetação em estágio intermediário de regeneração e 5,009% de redução da vegetação em estágio intermediário de regeneração, sendo dificultado o processo de troca de espécies entre os fragmentos, ocasionando uma possível estagnação no desenvolvimento das manchas. Por fim, deve-se considerar políticas locais para o correto manejo da área supracitada, principalmente no que tange a manutenção e preservação do espaço florestal, visto que a área além de importante a biogeografia, hipoteticamente possui influências no controle de temperaturas locais.A ocupação residencial e o uso agrícola é a principal causa da degradação e fragmentação da área de florestamento e nos últimos anos houve um aumento significativo no número de loteamentos na área de estudo, o que acreditamos ter triplicado em tempos atuais. Os órgãos UFC e IFCE possuem políticas de preservação dos fragmentos mais próximos a eles, permitindo que esses fragmentos se regenerem.