O artigo parte de um Projeto de Pesquisa no Programa de Pós-Graduação de Mestrado Educação, Cultura e Territórios Semiárido – PPGESA – UNEB –DCH III, Juazeiro-BA, que propõe uma discussão sobre a romaria na gruta de Patamuté, uma manifestação cultural centenária, realizada em um distrito da cidade de Curaçá na Bahia, território Semiárido. Tem como proposta investigar se/como essa manifestação é trabalhada no ambiente escolar, buscando identificar quais as memórias e representações sociais que os alunos possuem ou não dessa manifestação. A pesquisa intenta realizar a análise no Colégio Municipal Professor Ivo Braga, visto que é a instituição com maior tempo de atividades educativas no município, para tanto propomos também trazer para pesquisa a valorização desse Patrimônio Cultural, dessa maneira propondo o estudo da Educação Patrimonial, sendo essa um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado em patrimônio cultural. Essa ainda visa não somente conhecimento, mas enriquecimento dos estudantes de forma individual e também coletiva. Dessa forma escolheu-se trabalhar com a metodologia de abordagem qualitativa com a perspectiva de um refinamento metodológico em que serão consideradas as manifestações ou expressões humanas e sociais. Também com a Narrativas na Educação, visto que ela permite uma tomada reflexiva, identificando fatos que foram, realmente, constitutivos da própria formação. Partilhar histórias de vida permite a quem conta a sua história, refletir e avaliar um percurso compreendendo o sentido do mesmo entendendo as nuanças desse caminho percorrido e reaprendendo com ele. Uma outra abordagem é utilização da memória, pois com sua preservação pode-se ir além de resgatar o passado, mas compreender as diferenças e reconhecer também os limites da experiência. É necessário ter referenciais fortes que realmente possam construir o momento presente e planejar o futuro, renovar os vínculos, refletindo sobre a história, preservando essa história como também a memória. Com a utilização de entrevistas semiestruturadas, a pesquisa intenta ouvir as memórias dos alunos, construir elos de para a preservação da manifestação e perceber os diferentes letramentos que podem surgir em torno da temática em questão. Para tanto, também é necessário identificar se na escola a Educação Contextualizada é desenvolvida, ouvindo os alunos e investigando os seus letramentos, além dos aspectos culturais, sendo possível acontecer interações para um maior enriquecimento de conhecimentos e dos diferentes saberes, sendo partilhados entre todos. A investigação ainda se encontra no início, porém é possível vislumbrar que o trabalho realizado trará à tona as lembranças dos sujeitos cria uma nova forma de visualizar a manifestação, como patrimônio da cidade, que deve ser preservado para que as novas gerações tenham acesso a esse bem cultural. Além disso, o munícipio apresenta diversas manifestações culturais, porém, sem a manutenção dessas através de documentos, registros, trabalhos de preservação, principalmente na escola, a qual se espera que seja um dos espaços responsáveis pela formação dos indivíduos, tais manifestações e tradições culturais podem desaparecer e as futuras gerações podem nunca chegar a ter acesso a essas. Como referências, utilizamos Horta (1999), que traz a Educação Patrimonial com o objetivo de proporcionar ao indivíduo, além do conhecimento que esse se aproprie e também se empodere, assim seja capaz também de valorizar sua herança cultural. Ainda propondo reflexão com Santos (2008), Campos (2016, Bosi (1994), Reis (2011), Moraes (2000), Medina (2004), buscará rever o espaço do letramento na vivência com a romaria à gruta de Patamuté.