Este texto objetiva trazer uma reflexão acerca da expansão da cana de açúcar e seus desdobramentos no Mato Grosso do Sul a partir de um mapa produzido por um estudante do Ensino Médio, intitulado “O rastro do boi e o nó da cana em Mato Grosso do Sul: cadê o homem?”, visto de sua pressão na produção de alimentos especialmente na produção de carne bovina e indiretamente na produção de mandioca para féculas, amidos modificados e sagus. O Mapa analisado faz parte de uma cartografia geográfica não convencional, ou seja, uma cartografia que não segue os parâmetros dos cartógrafos tradicionais, mas que almeja mostrar e construir espaços em contato com leitores não necessariamente cartógrafos, que possam fazer suas leituras ou redesenhá-las com maior facilidade do que nos parâmetros de uma cartografia superespecializada. Isto se justifica devido ao indisciplinamento da cartografia cada vez mais fazer parte do nosso cotidiano e consequentemente, do desuso gradativo da cartografia convencional. Assim, este trabalho segue um parâmetro de um “novo renascimento” como diria Cristóvam Buarque (1994), onde a ciência dura, dar lugar a um saber científico articulado com a arte, como também colocou Hissa (2006), mas numa perspectiva da renovação do pensamento de uma cartografia espacial abordado por COSGROVE (2008), CRAMPTON (2008), MASSEY (2008), LOIS (2009), OLIVEIRA JR (2012) e WOOD (2013). Assim, através deste trabalho conseguimos demonstrar que a cartografia geográfica não convencional pode ser realizada por estudantes com criatividade utilizando a arte como fundo e não somente a técnica e a ciência cartográfica (ciência dura).