Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

METAMORFOSES DE MEDEIA, DE EURÍPIDES A PASOLINI

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A tragédia grega tinha por meta a catarse, a reação da plateia de purgar seus males identificando-se com o herói trágico e sentindo o terror. Tratava-se de recalcar o lado instintivo e violento do ser humano, que já havia sido representado por Ésquilo, também tragediógrafo ateniense, na sua trilogia Oréstia. Ésquilo expõe para sua plateia a transformação das Erínias, entidades antigas, sanguinárias e vingativas, nas pacificadas Eumênides. No século XVIII o filósofo iluminista G.E. Lessing, ao analisar o grupo escultórico Laocoonte, originário do século I a.C., tece considerações acerca do que expressaria a boca entreaberta do sacerdote ali representado, concluindo que não poderia ser um grito terrível, pois isso comprometeria o belo presente na obra. Também no século XVIII o filósofo e historiador Edmund Burke descreve o sentimento do sublime, a mais forte emoção que o homem pode experimentar, e identifica sua origem no sofrimento e no terror. No século XX, o autor cinematográfico italiano Pier Paolo Pasolini, influenciado pela obra de Ésquilo e pela psicanálise, realiza seu filme Medeia, identificando o caráter terrível da personagem com a sobrevivência no ser humano de elementos do mundo antigo, dificilmente superados. Dessa forma, Pasolini reinventa a personagem Medeia, exagerando propositalmente seu caráter mítico, mágico, terrível e vingativo, herdado das forças da natureza, oposto à civilização. Pasolini entende que o simbolismo da transformação das Erínias em Eumênides representa o fim da barbárie, mas que esta nunca estará totalmente superada nos seres humanos, resultando numa existência trágica, ainda hoje, da humanidade.Muitas são as releituras de Medeia, tragédia escrita pelo ateniense Eurípides no século V a.C. 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Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

Muitas são as releituras de Medeia, tragédia escrita pelo ateniense Eurípides no século V a.C. Tantas versões acentuam ou atenuam o caráter hediondo do crime de Medeia, o assassinato dos próprios filhos. Eurípides, na obra original, atenua, inicialmente o caráter terrível de Medeia e a faz somente lamentar-se e queixar-se aos novos deuses, os deuses da polis. A tragédia grega tinha por meta a catarse, a reação da plateia de purgar seus males identificando-se com o herói trágico e sentindo o terror. Tratava-se de recalcar o lado instintivo e violento do ser humano, que já havia sido representado por Ésquilo, também tragediógrafo ateniense, na sua trilogia Oréstia. Ésquilo expõe para sua plateia a transformação das Erínias, entidades antigas, sanguinárias e vingativas, nas pacificadas Eumênides. No século XVIII o filósofo iluminista G.E. Lessing, ao analisar o grupo escultórico Laocoonte, originário do século I a.C., tece considerações acerca do que expressaria a boca entreaberta do sacerdote ali representado, concluindo que não poderia ser um grito terrível, pois isso comprometeria o belo presente na obra. Também no século XVIII o filósofo e historiador Edmund Burke descreve o sentimento do sublime, a mais forte emoção que o homem pode experimentar, e identifica sua origem no sofrimento e no terror. No século XX, o autor cinematográfico italiano Pier Paolo Pasolini, influenciado pela obra de Ésquilo e pela psicanálise, realiza seu filme Medeia, identificando o caráter terrível da personagem com a sobrevivência no ser humano de elementos do mundo antigo, dificilmente superados. Dessa forma, Pasolini reinventa a personagem Medeia, exagerando propositalmente seu caráter mítico, mágico, terrível e vingativo, herdado das forças da natureza, oposto à civilização. Pasolini entende que o simbolismo da transformação das Erínias em Eumênides representa o fim da barbárie, mas que esta nunca estará totalmente superada nos seres humanos, resultando numa existência trágica, ainda hoje, da humanidade.

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