O presente artigo retrata uma análise da intervenção do(a) professor(a) frente aos problemas vinculados no trato com as relações étnicorraciais no âmbito escolar de duas escolas em Olinda-PE. Num estudo sobre o conceito de relações étnicorraciais e seus paradigmas, foram feitas colocações acerca da função da escola, da mediação do professor, suas interações com estas relações e a importância destas no desenvolvimento, na construção da identidade, autoestima e aprendizagem das crianças negras. As discussões trazem contribuições teóricas e sua influência nas relações interpessoais, no disfarce nas práticas discriminatórias e artimanhas educacionais, estratégias de elevação da autoestima para a reconstrução da identidade, refletindo o enegrecer do currículo. A pesquisa tem alcance descritivo, apoia-se no método qualitativo, utilizando as técnicas: observações participativas, grupos de enfoque, relatos de vida e entrevistas. A população foi de 158 estudantes, 6 professoras e 2 coordenadoras do GVI do Infantil e dos dois primeiros anos do fundamental. Os resultados apontam para relações amigáveis, mas com disputas e conflitos; as entrevistas e grupos de enfoque contradizem os depoimentos, denunciando a existência do racismo que se dá através de xingamentos, relativos a cor da pele e textura de cabelos. Revelam ainda, crianças com identidades negadas, autoestima despedaçada e aprendizagem comprometida. Percebeu-se que há informação, entre os(as) professores(as) da importância do respeito entre as relações étnicorraciais, mas a consciência de que a implementação da lei depende da sua intervenção como fator primordial, ainda está longe, faltando a disponibilidade de se fazer enfrentamento e combate ao racismo implícito nas relações.