COSTA, Tiago Leite. A nova cultura literária segundo richard rorty. Anais ABRALIC Internacional... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/4599>. Acesso em: 07/11/2024 09:15
Richard Rorty (1931-2007) ficou famoso por defender a atualização do pragmatismo filosófico americano contras as teorias fundadas na noção de verdade como correspondência entre linguagem e realidade. Embora não tenha sido um modelo de escritor dissonante em sua época, é fato que experimentou uma considerável rejeição tanto entre intelectuais das alas mais conservadoras quanto das mais progressistas. Rorty defendia a distinção entre a ideia de que o mundo está diante de nós e a ideia de que a verdade do mundo está diante de nós. Dizer isso é o mesmo que dizer que somente sentenças podem ser verdadeiras ou falsas e não dados brutos não linguísticos. Existem inúmeros desdobramentos da crítica neopragmática do autor. Este trabalho propõe comentar a sua hipótese de que vivemos a transição de uma “cultura filosófica” para uma “cultura literária”. Neste cenário, a questão “Isso é verdade?” estaria cedendo lugar à questão “O que há de novo?”. Para Rorty, tal substituição indicava o crescente desinteresse pela busca de um discurso único abarcador de todos os aspectos da vida. Inversamente, apontava para o entusiasmo com os enunciados provisórios, idiossincráticos e contextuais. Esta comunicação pretende apresentar a ideia de “cultura literária” segundo Rorty e contrastá-la com algumas das principais críticas direcionadas ao pensamento do autor.