Para os simbolistas e decadentes, a configuração do grotesco serviu como forma de testemunhar a deterioração dos ciclos vitais e revelar a angústia suprema; daí o interesse por cenas agônicas, transitórias e crepusculares com suas contrariedades. A partir dos postulados teóricos de Vítor Hugo, Wolfgang Kaiser, Mikhail Bakhtin e outros, pretende-se apresentar uma leitura do conto “O sapo”, de Nestor Vítor, publicado em 1898, que conta a história de Bruce, herói decadente que passa por um processo de degradação moral que o conduz ao completo isolamento social. A experimentação das excentricidades humanas com todas as suas baixezas e a vivência do spleen baudelairiano fazem-no tornar-se um sapo, física e mentalmente. Busca-se demonstrar como as articulações e tensionamentos entre contexto, situações e personagens produzem a estética do grotesco na narrativa ficcional simbolista.