Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

CIDADE DE DEUS: UMA OBRA DISSONANTE.

"2013-07-12 00:00:00" // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
App\Base\Administrativo\Model\Artigo {#1843 // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
  #connection: "mysql"
  +table: "artigo"
  #primaryKey: "id"
  #keyType: "int"
  +incrementing: true
  #with: []
  #withCount: []
  +preventsLazyLoading: false
  #perPage: 15
  +exists: true
  +wasRecentlyCreated: false
  #escapeWhenCastingToString: false
  #attributes: array:35 [
    "id" => 4534
    "edicao_id" => 14
    "trabalho_id" => 340
    "inscrito_id" => 592
    "titulo" => "CIDADE DE DEUS: UMA OBRA DISSONANTE."
    "resumo" => "Este trabalho traça um paralelo entre personagens de Cidade de Deus, livro publicado por Paulo Lins (1997) e o filme homônimo dirigido por Fernando Meirelles (2002), focalizando o escritor dissonante e a repercussão de sua obra literária em outra mídia pela análise das personagens. A fundamentação teórica encontra-se em textos críticos acadêmicos e da mídia impressa e eletrônica de críticos literários como Roberto Schwarz, Lúcia Nagib e Ivana Bentes e críticos jornalísticos, como Marcelo Janot. Para melhor pontuar o tema, foi selecionado o fragmento inicial do filme de cinco minutos e a cena de número trinta (1:52h – 1:55h) conhecida como “a cena da galinha”, correspondente às páginas 258-260 do livro, ali intitulada como “a cena do galo”.  Trata-se de narrativa circular representativa do mundo caótico e fragmentário evocado na ficção na qual as personagens, em sua maioria com nomes de coisas ou marcas, são marcadas pela dissolução de suas identidades devido a sua reificação. O efeito inverso, de humanização das personagens animais, pode ser interpretado como uma das causas das críticas negativas às obras, que ressaltou o caráter dissonante do autor em relação aos status quo de representação da realidade suburbana. Há, também, muitas personagens carismáticas que, mesmo sendo em sua maioria planas, têm a característica de serem altamente verossímeis, provocando uma grande identificação do público/leitor com elas. Devido à adaptação, na obra fílmica o personagem-narrador Buscapé atua como uma espécie de alter ego do cineasta e atua como um mediador entre a sociedade de dentro e de fora da favela, resultando em discursos diferentes dos presentes no livro. As obras apresentam um mosaico bastante completo de tipos e figuras presentes naquela realidade, sendo que a linguagem por elas utilizada mimetiza a fala cotidiana dos ali habitantes presentes, resultando em um efeito estético em que transparecem a dureza, a violência das relações, e a frieza entre seres humanos em locais onde há falta de praticamente tudo que seja essencial para o desenvolvimento de uma sociedade humanizada. As críticas e estranhamentos se deram, principalmente, no público/leitor de classe média que esperava uma reflexão ou uma emissão de juízo acerca daquela realidade. A ausência dessa reflexão crítica se deu pelo fato das obras serem como radiografias ou retratos daquela realidade. Isso resultou em um poderoso e moderno diálogo entre o espectador/leitor que se acreditava distante daquela realidade chocante, mas que se viu muito próximo a ela. O que se encontra é a “impressão de realidade” mais do que um “efeito realista”, muito análogo à catarse ilusionista do cinema norte-americano ou a linguagem dos videoclipes, sem a preocupação da discussão dos conflitos, mas com a função de entretenimento. Como “nenhum discurso é proferido vazio” (BAKHTIN: 2003), Cidade de Deus, obra literária e cinematográfica, levanta muitos questionamentos, sendo considerada uma obra cult por muitos, não conseguindo, porém, passar despercebida, sendo digna de ser analisada como obra questionadora de seu tempo e de sua sociedade."
    "modalidade" => null
    "area_tematica" => null
    "palavra_chave" => null
    "idioma" => null
    "arquivo" => "Completo_Comunicacao_oral_idinscrito_592_a93ae660b390a9abd6752d5d6167f38a.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:52:50"
    "updated_at" => "2020-06-10 13:11:26"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "REGINA PAULA AMBROGI AVELAR"
    "autor_nome_curto" => "REGINA A. AVELAR"
    "autor_email" => "reginaambrogi@gmail.com"
    "autor_ies" => "UPM"
    "autor_imagem" => ""
    "edicao_url" => "anais-abralic-internacional"
    "edicao_nome" => "Anais ABRALIC Internacional"
    "edicao_evento" => "XIII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada"
    "edicao_ano" => 2013
    "edicao_pasta" => "anais/abralic/2013"
    "edicao_logo" => "5e48acf34819c_15022020234611.png"
    "edicao_capa" => "5f17347012303_21072020153112.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2013-07-12 00:00:00"
    "publicacao_id" => 12
    "publicacao_nome" => "Revista ABRALIC INTERNACIONAL"
    "publicacao_codigo" => "2317-157X"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #original: array:35 [
    "id" => 4534
    "edicao_id" => 14
    "trabalho_id" => 340
    "inscrito_id" => 592
    "titulo" => "CIDADE DE DEUS: UMA OBRA DISSONANTE."
    "resumo" => "Este trabalho traça um paralelo entre personagens de Cidade de Deus, livro publicado por Paulo Lins (1997) e o filme homônimo dirigido por Fernando Meirelles (2002), focalizando o escritor dissonante e a repercussão de sua obra literária em outra mídia pela análise das personagens. A fundamentação teórica encontra-se em textos críticos acadêmicos e da mídia impressa e eletrônica de críticos literários como Roberto Schwarz, Lúcia Nagib e Ivana Bentes e críticos jornalísticos, como Marcelo Janot. Para melhor pontuar o tema, foi selecionado o fragmento inicial do filme de cinco minutos e a cena de número trinta (1:52h – 1:55h) conhecida como “a cena da galinha”, correspondente às páginas 258-260 do livro, ali intitulada como “a cena do galo”.  Trata-se de narrativa circular representativa do mundo caótico e fragmentário evocado na ficção na qual as personagens, em sua maioria com nomes de coisas ou marcas, são marcadas pela dissolução de suas identidades devido a sua reificação. O efeito inverso, de humanização das personagens animais, pode ser interpretado como uma das causas das críticas negativas às obras, que ressaltou o caráter dissonante do autor em relação aos status quo de representação da realidade suburbana. Há, também, muitas personagens carismáticas que, mesmo sendo em sua maioria planas, têm a característica de serem altamente verossímeis, provocando uma grande identificação do público/leitor com elas. Devido à adaptação, na obra fílmica o personagem-narrador Buscapé atua como uma espécie de alter ego do cineasta e atua como um mediador entre a sociedade de dentro e de fora da favela, resultando em discursos diferentes dos presentes no livro. As obras apresentam um mosaico bastante completo de tipos e figuras presentes naquela realidade, sendo que a linguagem por elas utilizada mimetiza a fala cotidiana dos ali habitantes presentes, resultando em um efeito estético em que transparecem a dureza, a violência das relações, e a frieza entre seres humanos em locais onde há falta de praticamente tudo que seja essencial para o desenvolvimento de uma sociedade humanizada. As críticas e estranhamentos se deram, principalmente, no público/leitor de classe média que esperava uma reflexão ou uma emissão de juízo acerca daquela realidade. A ausência dessa reflexão crítica se deu pelo fato das obras serem como radiografias ou retratos daquela realidade. Isso resultou em um poderoso e moderno diálogo entre o espectador/leitor que se acreditava distante daquela realidade chocante, mas que se viu muito próximo a ela. O que se encontra é a “impressão de realidade” mais do que um “efeito realista”, muito análogo à catarse ilusionista do cinema norte-americano ou a linguagem dos videoclipes, sem a preocupação da discussão dos conflitos, mas com a função de entretenimento. Como “nenhum discurso é proferido vazio” (BAKHTIN: 2003), Cidade de Deus, obra literária e cinematográfica, levanta muitos questionamentos, sendo considerada uma obra cult por muitos, não conseguindo, porém, passar despercebida, sendo digna de ser analisada como obra questionadora de seu tempo e de sua sociedade."
    "modalidade" => null
    "area_tematica" => null
    "palavra_chave" => null
    "idioma" => null
    "arquivo" => "Completo_Comunicacao_oral_idinscrito_592_a93ae660b390a9abd6752d5d6167f38a.pdf"
    "created_at" => "2020-05-28 15:52:50"
    "updated_at" => "2020-06-10 13:11:26"
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "REGINA PAULA AMBROGI AVELAR"
    "autor_nome_curto" => "REGINA A. AVELAR"
    "autor_email" => "reginaambrogi@gmail.com"
    "autor_ies" => "UPM"
    "autor_imagem" => ""
    "edicao_url" => "anais-abralic-internacional"
    "edicao_nome" => "Anais ABRALIC Internacional"
    "edicao_evento" => "XIII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Literatura Comparada"
    "edicao_ano" => 2013
    "edicao_pasta" => "anais/abralic/2013"
    "edicao_logo" => "5e48acf34819c_15022020234611.png"
    "edicao_capa" => "5f17347012303_21072020153112.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2013-07-12 00:00:00"
    "publicacao_id" => 12
    "publicacao_nome" => "Revista ABRALIC INTERNACIONAL"
    "publicacao_codigo" => "2317-157X"
    "tipo_codigo_id" => 1
    "tipo_codigo_nome" => "ISSN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #changes: []
  #casts: array:14 [
    "id" => "integer"
    "edicao_id" => "integer"
    "trabalho_id" => "integer"
    "inscrito_id" => "integer"
    "titulo" => "string"
    "resumo" => "string"
    "modalidade" => "string"
    "area_tematica" => "string"
    "palavra_chave" => "string"
    "idioma" => "string"
    "arquivo" => "string"
    "created_at" => "datetime"
    "updated_at" => "datetime"
    "ativo" => "boolean"
  ]
  #classCastCache: []
  #attributeCastCache: []
  #dates: []
  #dateFormat: null
  #appends: []
  #dispatchesEvents: []
  #observables: []
  #relations: []
  #touches: []
  +timestamps: false
  #hidden: []
  #visible: []
  +fillable: array:13 [
    0 => "edicao_id"
    1 => "trabalho_id"
    2 => "inscrito_id"
    3 => "titulo"
    4 => "resumo"
    5 => "modalidade"
    6 => "area_tematica"
    7 => "palavra_chave"
    8 => "idioma"
    9 => "arquivo"
    10 => "created_at"
    11 => "updated_at"
    12 => "ativo"
  ]
  #guarded: array:1 [
    0 => "*"
  ]
}
Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

Este trabalho traça um paralelo entre personagens de Cidade de Deus, livro publicado por Paulo Lins (1997) e o filme homônimo dirigido por Fernando Meirelles (2002), focalizando o escritor dissonante e a repercussão de sua obra literária em outra mídia pela análise das personagens. A fundamentação teórica encontra-se em textos críticos acadêmicos e da mídia impressa e eletrônica de críticos literários como Roberto Schwarz, Lúcia Nagib e Ivana Bentes e críticos jornalísticos, como Marcelo Janot. Para melhor pontuar o tema, foi selecionado o fragmento inicial do filme de cinco minutos e a cena de número trinta (1:52h – 1:55h) conhecida como “a cena da galinha”, correspondente às páginas 258-260 do livro, ali intitulada como “a cena do galo”. Trata-se de narrativa circular representativa do mundo caótico e fragmentário evocado na ficção na qual as personagens, em sua maioria com nomes de coisas ou marcas, são marcadas pela dissolução de suas identidades devido a sua reificação. O efeito inverso, de humanização das personagens animais, pode ser interpretado como uma das causas das críticas negativas às obras, que ressaltou o caráter dissonante do autor em relação aos status quo de representação da realidade suburbana. Há, também, muitas personagens carismáticas que, mesmo sendo em sua maioria planas, têm a característica de serem altamente verossímeis, provocando uma grande identificação do público/leitor com elas. Devido à adaptação, na obra fílmica o personagem-narrador Buscapé atua como uma espécie de alter ego do cineasta e atua como um mediador entre a sociedade de dentro e de fora da favela, resultando em discursos diferentes dos presentes no livro. As obras apresentam um mosaico bastante completo de tipos e figuras presentes naquela realidade, sendo que a linguagem por elas utilizada mimetiza a fala cotidiana dos ali habitantes presentes, resultando em um efeito estético em que transparecem a dureza, a violência das relações, e a frieza entre seres humanos em locais onde há falta de praticamente tudo que seja essencial para o desenvolvimento de uma sociedade humanizada. As críticas e estranhamentos se deram, principalmente, no público/leitor de classe média que esperava uma reflexão ou uma emissão de juízo acerca daquela realidade. A ausência dessa reflexão crítica se deu pelo fato das obras serem como radiografias ou retratos daquela realidade. Isso resultou em um poderoso e moderno diálogo entre o espectador/leitor que se acreditava distante daquela realidade chocante, mas que se viu muito próximo a ela. O que se encontra é a “impressão de realidade” mais do que um “efeito realista”, muito análogo à catarse ilusionista do cinema norte-americano ou a linguagem dos videoclipes, sem a preocupação da discussão dos conflitos, mas com a função de entretenimento. Como “nenhum discurso é proferido vazio” (BAKHTIN: 2003), Cidade de Deus, obra literária e cinematográfica, levanta muitos questionamentos, sendo considerada uma obra cult por muitos, não conseguindo, porém, passar despercebida, sendo digna de ser analisada como obra questionadora de seu tempo e de sua sociedade.

Compartilhe:

Visualização do Artigo


Deixe um comentário

Precisamos validar o formulário.