KUNZ, Marinês Andrea et al.. Fahrenheit 451: o esvaziamento da palavra. Anais ABRALIC Internacional... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/4478>. Acesso em: 21/11/2024 19:57
Este trabalho analisa a narrativa literária Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, e sua versão fílmica, dirigida por François Truffaut, no que tange à transposição do literário ao fílmico, primeiramente. Também, analisa os textos quanto ao conteúdo e ao discurso, no sentido de estudar os significados veiculados. Para isso, vale-se das teorias de Mikhail Bakhtin, estudioso da filosofia da linguagem, e de André Gardies, de Arlindo Machado, de François Jost e Andre Gaudreault, que analisam o cinema e a linguagem fílmica. Ambos os textos apresentam uma sociedade em que a palavra não tem lugar, em especial a palavra escrita, já que é proibida a leitura de livros de literatura, os quais são confiscados e queimados. Reflete-se, assim, sobre o silenciamento e sobre a palavra esvaziada de sentido, pois a ficção não mais exerce seu papel redentor na vida do ser humano. Nessa perspectiva, cada texto, com sua linguagem própria, questiona o esfacelamento das relações humanas em tal sociedade, em que a alteridade fica comprometida, na medida em que os indivíduos deixam de ver o outro e, portanto, a si mesmos.