O recente anúncio oficial da instalação de um cabo submarino de fibra ótica para comunicação entre Brasil e Angola é o mote para este trabalho que discute, de uma perspectiva nietzscheana e benjaminiana, as intervenções do cantor, compositor e escritor Martinho da Vila, no cerne de um movimento contemporâneo e intempestivo de revalorização dos laços histórico-culturais Brasil X África. A abordagem se baseia nas leituras: i) da “Segunda consideração intempestiva”, de Friedrich Nietzsche; ii) das teses de Walter Benjamin “Sobre o conceito de História”; e iii) do ensaio “A sobrevivência dos vaga-lumes”, de Georges Didi-Huberman. Textos produzidos pelo artista brasileiro e pela agremiação carnavalesca da qual ele é expoente – a Unidos de Vila Isabel – serão comentados à luz das considerações dos pensadores citados. Ao fim, pretende-se demonstrar o potencial de “redenção” (cf. W. Benjamin) imanente à praxis de Martinho.