Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

CLASSES E FORMAS: REFLUXOS DOS ANOS 1970 NUM NUVÔ ROMÃ LEMINSKIANO

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Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

No início dos anos 1980, surgiu em Curitiba uma revista que teria vida curta e que veicularia, nas três primeiras edições, novela inédita e incompleta de Paulo Leminski. Minha classe gosta, logo é uma bosta – que se chamaria “Doidão de pedra”, como o poeta confidencia a Régis Bonvicino por correspondência – não figura em nenhum dos livros de Leminski, nem mesmo em Gozo fabuloso, coletânea de contos publicada postumamente; ficou, assim, circunscrita àqueles três números da Raposa magazine – revista de cultura que, desde a capa, prometia vincular “humor e rumor”. Não há muitos registros, mas, aparentemente, Leminski teve importante atuação na história do periódico, e é de sua lavra a abertura do número 0 – um texto crítico, humorado e ágil, segundo a lógica palavra-puxa-palavra, que afirma ao fim: “as coisas que deixam a raposa mais triste principalmente a falta de humor dos animais que caçam raposas que nada fizeram a não ser rir como hienas de todos os pedaços de um mundo que não merece mais do que uma risada coisa que a raposa toda raposa que se preza ensina a todas as raposas”. O clima contracultural da Curitiba – e do Brasil – dos anos 1980 se vê refletido não só na idealização da revista, como também de maneira especial na novela leminskiana, que opera uma releitura da década anterior sem obliterar as questões políticas que estiveram no centro das discussões. Se a aproximação entre a obra de Leminski e a história do Brasil se dá por meios transversos – e não menos sofisticados –, nesta novela se encontra material candente o bastante para ser lido à luz dos conceitos formulados pela literatura de testemunho: menções explícitas às ditaduras da América Latina, à ultradireita no poder e à censura; referências à bipolarização do mundo (“Nem Washington nem Moscou”) e à violência dela decorrida (guerra do Vietnã, bloqueio a Cuba); críticas à “empanturrada” classe média ocidental; e, principalmente, as inflamadas discussões entre os personagens Privada Joke, “pistoleiro e mártir”, e Slogan, “herói dialético”. Com vistas a alinhar as questões éticas levantadas pela novela em pauta ao apuro estético de um poeta muito atento às revoluções formais do século XX, minha análise se acercará das considerações de Theodor Adorno sobre a importância da forma como conteúdo sedimentado que medeia e incorpora a barbárie do mundo, sobretudo na arte – ou, mais especificamente, na narrativa – contemporânea, ao lado de contribuições análogas de Walter Benjamin, com base nas leituras feitas por Jaime Ginzburg em “Violência e forma: notas em torno de Benjamin e Adorno” e Verlaine Freitas em Adorno & a arte contemporânea. Além disso, ensaios de Roberto Schwarz (“Cultura e política, 1964-1969”), Heloísa Buarque de Hollanda e Marcos Augusto Gonçalves (“Política e literatura: a ficção da realidade brasileira”) e Carlos Alberto Messeder Pereira (“Anos 70, não é caso de internação” e “E agora, o que fazer? O papel dos intelectuais nos anos 80”) ajudarão a compor o cenário histórico brasileiro dos anos 1960 aos 1980.

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