Em A sul. O sombreiro (2012), Pepetela revisita a história colonial angolana, desenvolvendo uma narrativa articulada por diferentes vozes que desvelam as relações de poder, as contradições, os desmandos e toda sorte de interesses mais ou menos sórdidos colocados em jogo naquele contexto. A partir da análise do referido romance, apresentamos questões concernentes às relações entre história/ficção, com especial atenção sobre os sentidos da memória, bem como são problematizadas as perspectivas identitárias que se colocam no diálogo estabelecido pelo texto literário entre o passado e o presente de Angola. Desse modo, esperamos contribuir com as reflexões empreendidas pelo grupo de pesquisa Estudos Culturais e Literaturas Lusófonas, pensado e coordenado pela professora Doutora Maria Luíza Ritzel Remédios, a quem homenageamos in memoriam, homenagem que também registramos no título desta comunicação, fazendo alusão direta a um de seus últimos trabalhos, Identidades fraturadas (2011) destacando, assim, a devida reverência a esta estudiosa que tanto fez pelos estudos literários em língua portuguesa.