Marcadas pela mobilidade social e pelo desenraizamento geográfico, as diásporas contemporâneas são processos históricos vinculados às dinâmicas do capitalismo global e da interação complexa de relações de poder dentro e entre lugares de origem e fixação. Assim, conceitos como deslocamento, exílio, nostalgia, memória, tornam-se palavras-chave para a noção dessas diásporas, e termos como hibridismo, identidade cultural e fronteiras também desempenham um papel significativo na identificação dos temas diaspóricos. Neste artigo, procuro articular os trabalhos críticos de Avtar Brah (2005), Anh Hua (2005) e Stuart Hall (2000) sobre a diáspora, além de intelectuais africanos como Abiola Irele (2001), Isidore Okpewho (2001), Inocência Mata (2007; 2006;) e Luís Kandjimbo (2012), a fim de analisar a representação das diásporas nas ficções africanas em língua portuguesa em sua relação com o universo sociocultural da produção do texto literário.