Um crime delicado (1997), de Sérgio Sant’Anna, é uma mistura de romance policial e reflexões sobre arte. Inês, uma jovem manca pela qual o narrador se apaixona, é modelo de um artista plástico. O apartamento dela é um lugar para se viver, ao mesmo tempo em que é descrito como um cenário – inclusive reproduzido numa pintura num primeiro momento e como instalação artística e representação do “crime delicado” que ali ocorrera num outro momento. A partir de definições do duplo presentes em Bravo e Rosset e das reflexões sobre diferença e repetição feitas por Deleuze em livro homônimo, pretende-se analisar esse romance de Sant’Anna.