Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

A COMIDA NA LITERATURA DE GÓGOL E A SUA TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS

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Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

O estudo do "cardápio" da literatura russa tem revelado aspectos importantes da obra de autores clássicos. Em “A simbologia da comida no poema Almas mortas, de N. V. Gógol”, o pesquisador A. M. Pantchin explica porque as preferências e inclinações gastronômicas dos proprietários de terra são uma característica significativa, uma forma de revelar a personalidade de cada um deles, um modo de criar a simbologia das imagens. Na dissertação “O campo semântico-lexical da comida nas obras de N. V. Gógol, A. P. Tchékhov e M. A. Bulgákov”, Tatiana Kurenkova desdobra a comida em vários subcampos semânticos – prato quente, prato principal, petiscos, sobremesa, cogumelos, frutas e legumes, vinhos etc... – e analisa cada um deles nesses três autores. Dada a riqueza do universo literário russo e consideradas as peculiaridades culinárias da Rússia em relação ao Brasil, na prática da tradução literária, a comida aparece como uma das áreas mais ricas, com maiores desafios e de menos consenso entre os tradutores. Basta uma busca rápida para identificarmos senão um problema, pelo menos uma questão a ser investigada no campo da teoria da tradução. Nesta comunicação apresentaremos resultados parciais da pesquisa "A comida na tradução da literatura de Nikolai Gógol no Brasil", baseada em um levantamento da presença e recorrência da comida em obras selecionadas e em suas respectivas traduções brasileiras. Partindo da linguística de corpus, numa perspectiva analítico-descritiva, buscamos identificar soluções adotadas pelos tradutores brasileiros, analisar possíveis implicações de cada uma delas para o entendimento do texto como um todo e produzir um material de consulta com os resultados encontrados. De modo complementar, montamos um corpus paralelo de obras selecionadas do escritor brasileiro Jorge Amado e de suas respectivas traduções para o russo, a fim de observarmos o fenômeno inverso: como os tradutores russos, com o arsenal linguístico gastronômico específico de sua cultura, solucionam as questões de tradução da literatura brasileira.

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