Este trabalho apresentará como o sertanejo encontrado na obra Cante lá que Eu Canto Cá de Patativa do Assaré (1992) aparece representado dentro do universo pós-colonial brasileiro. Nessa perspectiva, o uso da teoria do subalterno abordada por Gayatri Chakravorti Spivak (1994) será a norteadora para as abordagens sugeridas. Assim, será estabelecido um paralelo entre o sertanejo patativiano visto em sua literatura popular e o subalterno apresentado por Spivak no seu livro Pode o Subalterno Falar?(1994) com o objetivo de analisar como os moldes coloniais e pós-coloniais agem sobre o personagem patativiano, fazendo-se uma comparação entre a subalternidade spivakiana e um novo ser que surge com esta ótica, o sertanejo subalterno pós-colonial. Através do método dialético, partindo-se de uma abordagem dedutiva, do geral para o particular, este artigo pretende ampliar as análises dos sujeitos encontrados na literatura pós-colonial brasileira no propósito de se averiguar as marcas de opressão impressas nos personagens encontrados na literatura patativiana que fora marginalizada, por um tempo, pelo cânone eurocêntrico e ver como os moldes dos discursos hegemônicos eurocentristas impelem a margem os sujeitos encontrados nessa camada social, impedido a subjetivação e usurpando a voz do sertanejo através dos discursos dominantes, não permitindo que saia da sua condição subalterna. Portanto, foi através da literatura de Assaré que evidenciamos como essas marcas pós-coloniais estão presentes no âmbito social, cultural, ideológico e literário da cultura popular. Assim, concluímos que existe um sujeito subalterno sertanejo presente na literatura popular de Patativa do Assaré e que merece destaque dentro do campo dos estudos subalternos e culturais da literatura brasileira.