Este artigo tem como escopo investigar a construção da (re)memória de um tempo que já se passou no romance o Relato de um certo Oriente, de Milton Hatoum em que narra a saga de uma família de imigrantes libaneses no Brasil. A leitura realizada fundamenta o resgate dos fatos passados através das memórias que constroem o relato, evocado pela tessitura de uma narradora anônima que tenta reencontrar o tempo perdido. Com isso, a medida que reconstrói suas lembranças escritas sua vida começa a existir. O diálogo dessas narrativas polifônicas interligadas por uma única voz para desencadear o romance conta com os pressupostos teóricos de BERGSON (1999), SANTO AGOSTINHO (2004), RICOEUR (1997) e NUNES (2003). Este trabalho propõe uma análise do romance a partir da relação entre as lembranças de um tempo que não existe e que são evocadas para construção de uma memória que se forma por meio de outras.