Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

LIMA BARRETO: O FLÂNEUR ENGAJADO

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Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

As relações de Lima Barreto com o campo literário de seu tempo são das mais controversas possíveis. Tendo produzido sua obra nas duas primeiras décadas do século XX, Lima Barreto teve cunhada para si, entre seus contemporâneos e gerações de críticos de diferentes épocas, a imagem do autor maldito em oposição a um campo literário seduzido pelos discursos de modernidade vindos da Europa. Essa disparidade entre o pensamento do autor e um campo literário hegemônico deve ser vista com certo cuidado, pois Lima Barreto está longe de poder ser considerado um nacionalista, tendo declarado inúmeras vezes que esse sentimento lhe aborrecia, e a fascinação pelo velho mundo, típica de seus contemporâneos, também atingira sua obra. Na tentativa de entender os impasses e soluções do autor na relação com os elementos cosmopolitas, proponho a discussão em torno do tema da flânerie. Partindo desse elemento (o flâneur), que garantiu o prestígio de João do Rio em A alma encantadora das ruas, pretendo compreender como as estratégias do flâneur são assimiladas e, em última instância, repotencializadas por Lima Barreto a serviço de seu projeto de literatura engajada numa chave local.

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