Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

O CORPO, O NOJO E A CIDADE: PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO CINEMA E NA LITERATURA

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Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

O objetivo desta comunicação é comparar os livros Quarto de despejo e Meu estranho diário, de Maria Carolina de Jesus e o documentário Estamira, dirigido por Marcos Prado, tendo como foco um olhar sobre o corpo. A análise terá como ponto central o cenário urbano, contexto no qual se inserem as três obras, e a noção de nojo, que também perpassa os textos e o filme. O livro Quarto de despejo foi publicado em 1960. Nele, a autora narra detalhes sobre seu cotidiano como catadora de lixo na periferia de São Paulo. Meu estranho diário foi editado em 1996 e inclui textos inéditos de Carolina. No filme Estamira, a personagem que dá nome ao documentário, também catadora de lixo, tem sua vida retratada no início dos anos 2000. Quarenta e cinco anos separam Carolina de Jesus de Estamira. Contextos diversos, mas muitas semelhanças. Ambas são o que Bauman (2005, p.12) considera “refugo humano”, corpos “deslocados” ou “indesejáveis”. São mulheres que vivem em centros urbanos, à margem da sociedade, em condições precárias e que têm no lixo sua forma de sustento. Seu corpo é afetado por essa realidade e suas palavras e gestos demonstram essas sensações. Embora seja possível perceber que Carolina mantém sua sanidade mental, ela se sente um “objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo” (JESUS, 1997, p. 33). As pessoas que a cercam vivem atacadas por diversos males físicos. Já Estamira parece ter perdido a conexão com a realidade. O corpo, o cenário urbano e o nojo de Quarto de despejo e de Meu estranho diário parecem ter seus limites exaberbados em Estamira. As fronteiras entre corpo e lixo parecem mais tênues no filme, ao passo que a resistência ao nojo se mostra mais forte em função do tipo de refugo com o qual Estamira é obrigada a lidar, um "lixo seco" (SANTOS, 2009, p. 123). Quanto ao cenário urbano, este se apresenta mais violento e excludente. Partindo desse contexto, levantamos as seguintes questões que guiam a pesquisa: como se situam Estamira, Carolina e seus companheiros numa época em que a consolidação do capitalismo transformou o corpo em “corpo-consumidor” (Rodrigues, 1995, p. 60) até culminar no que Santaella (2008a, p. 192) denomina de “corpo pós-humano” e Perniola (2005, p. 21), de “coisa que sente”? Que semelhanças e diferenças apresentam tais corpos nos cenários urbanos nos quais (sobre)vivem? Como lidam com o nojo? Estas são as questões que o trabalho de pesquisa pretende discutir. Metodologicamente, a pesquisa se estrutura em três linhas: a analítica, a teórica e a comparativa. Como referencial teórico, a pesquisa se apoiará em três eixos: estudos sobre o corpo, com destaque para os textos de Rodrigues (1986, 1995, 2008), Santaella (2008a, 2008b) e Perniola (1993, 2000, 2005, 2006, 2010); estudos sobre o nojo: Cohen e Johnson (2005), Menninghaus (2003), Kolnai (2004), Miller (2004), e Miller (1997); e abordagens sobre a cidade: Bauman (2001, 2005a, 2005b), Castells (2011), Canclini (1998, 2007, 2009) e Sennett (2008).

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