SILVA, Evanildes Teixeira Da. Cultura e política nos “jardins das letras”. Anais ABRALIC Internacional... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/4277>. Acesso em: 07/11/2024 07:19
Os Cursos de Letras no Brasil vêm passando por mudanças significativas desde os anos 70 e 80, em tempos de democratização pela arte e cultura (SANTIAGO, 1998). O cultural e o político não estão dissociados do “jardim das letras”, pois não se trata mais de opor linguagem e sociedade, crítica literária e crítica cultural. As mudanças curriculares também vêm atribuindo ao curso um caráter político e científico, através do ensino, pesquisa e extensão, TCC e atividades acadêmicas curriculares. Contudo, diante das transformações sociais, descaso com o cultural na escola, abandono das bibliotecas escolares, resultados alarmantes apresentados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, bem como as novas demandas culturais que surgem no campo da cultura, devido às políticas culturais emergentes (Plano Nacional de Cultura –PNC; Secretaria Nacional de Cultura – SNC e PEC 150, que prevê orçamento para a cultura), talvez seja preciso buscar novos caminhos e perspectivas para a formação cultural e política dos estudantes licenciados em Letras. Dado exposto, esse artigo buscou investigar o discurso político das Diretrizes Curriculares acerca do perfil profissional de Letras, cotejando com o que dizem os pesquisadores acerca do campo de atuação desses profissionais. Observou-se que os cursos de Letras ainda podem avançar mais em suas atribuições se houver uma formação cultural política que lhe dê instrumentos para “profanar” (AGAMBEN, 2007) e criar estratégias para uma atuação mais efetivas desses profissionais não só no ensino da cultura da linguagem, mais também no campo cultural.