A doença de chagas se configura ainda nos dias de hoje como um problema de saúde pública no contexto dos países latinos americanos, sendo integrada pela Organização Mundial da Saúde ao grupo das enfermidades tropicais negligenciadas. Muito embora campanhas ao longo das últimas décadas tenham logrado êxito no controle das vias tradicionais de transmissão da infecção chagásica, o número de indivíduos acometidos em todo mundo atualmente desvela a importância de formas alternativas de infecção por T. cruzi. Nesse sentido objetivou-se nesse trabalho revisar a literatura no que concerne aos riscos associados a transmissão via aleitamento materno da infecção chagásica. A pesquisa por estudos se deu nas bases de dados eletrônicas Pubmed, Medline, Lilacs e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os termos chagas disease, trypanosoma cruzi e breast feeding contidos nos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS). A análise dos trabalhos demonstrou que a transmissão via aleitamento materno da infecção não se configura como forma efetiva, não sendo necessária interrupção da amamentação, exceto em casos de infecção aguda, para qual se mostrou efetivo o tratamento térmico do leite como forma de prevenção; coinfecção T. cruzi-HIV e sangramento mamilar. O baixo número de tripomastigotas em lactentes foi apresentado como causa
para não manifestação da infecção via aleitamento materno. Contudo se faz necessário um aprofundamento de pesquisas que investiguem essa modalidade de transmissão, tendo em vista que dados e estudos ainda se mostram escassos.