Não é de agora que o cinema brasileiro tem trazido novas personagens e temas relacionados a sexualidade e gênero para a discussão. Em razão da organização da mostra “New Cinema Queer: cinema, sexualidade e política” em 2015, a pergunta que se lança é a seguinte: estariam as produções cinematográficas nacionais atuais fomentando um novo cinema queer no Brasil? Nesse sentido, o objetivo deste trabalho consiste em compreender o que foi e/ou é o New Cinema Queer, assim como avaliar o impacto deste movimento na cinematografia brasileira atual. Dado o contexto que ainda se encontra em aberto, mais do que conclusões, o trabalho pretende lançar alguns apontamentos sobre esse curso recente do cinema brasileiro a partir da proposta queer trazida por dois documentários Favela Gay (2014), de Rodrigo Felha e De Gravata e Unha Vermelha (2015), de Miriam Chnaiderman. Ao tomar o cinema como uma instância pedagógica de nossa contemporaneidade, torna-se preciso compreender como esses documentários têm utilizado e se apropriado deste potencial para às molduras do olhar e da sensibilidade de suas plateias. Para tanto, nosso foco se concentrará na narrativa da subversão do gênero e sexualidade que essas obras abarcam, assim como no descentramento que provocam ao apresentar pessoas que não só desafiam as normas sociais, como também as reinventam. Por fim, a abordagem destas produções oportunizará a apreensão de realidades, desejos e afetos que, embora marginalizados socialmente, revelam singularidades, agenciamentos, resistências e, sobretudo, transgressões.