ISAAC, Margaret Regina De Assis. Espaços de promoção de alfabetização científica. Anais IV CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/36815>. Acesso em: 22/11/2024 05:00
Possibilitar o acesso sistematizado ao conhecimento científico interdisciplinar requer mudanças na estrutura e funcionamento do ensino que regem suas práticas pedagógicas e o transpor dos saberes científicos pelos professores. Há uma inquietação acerca da necessidade de mudanças no sentido de tornar a escola, lugar de formação integral, onde os alunos tenham prazer em permanecer por importante tempo de escolarização, estabelecendo significado entre os objetos de estudo com a vida cotidiana. Importante entender que os tempos mudaram e que se lida hoje com crianças e adolescentes de uma geração que nasceu na era da informação. Assim, organizar um ambiente adequado, com possibilidades de levar o aluno a refletir sobre várias situações reais, dando-lhe a oportunidade de desenvolver competências que o leve a pensar em possíveis soluções de problemas, frente às complexidades existentes no mundo contemporâneo, já é um grande passo para uma educação significativa nas escolas brasileiras. Aprender a ler e a escrever, não necessariamente, precisa acontecer somente nas salas de aula, através dos métodos tradicionais. O conhecimento científico, próprio da interdisciplinaridade, acontece a todo o momento durante o processo de alfabetização. Não há como dissociar os conteúdos ou priorizar um em detrimento do outro. Stephem Norris e Linda Philips, apud Nigro (2012) creditam o processo de alfabetização como fundamental à alfabetização científica. Assim, não alfabetiza primeiro para posteriormente ensinar conteúdos complexos: O ensino-aprendizagem da leitura e da escrita deve ser considerado o componente fundamental da alfabetização científica.O processo de ensino pode ser cuidadosamente planejado, através da transposição didática do conhecimento, ou seja, a forma pela qual os conhecimentos culturalmente acumulados pela sociedade devem ser repassados às novas gerações. Como o mundo está mudando aceleradamente e a educação permanece tal qual foi idealizada há séculos atrás, faz-se necessário um novo olhar para o ator mais importante da escola: o aluno. Promover espaços múltiplos que permitam a vivência de práticas e experiências diversas que proporcionem ao aluno do século XXI, o desenvolvimento de competências como a leitura, a observação, a reflexão, a investigação e a pesquisa para a sua formação integral já é um grande começo. O projeto da educadora e autora deste texto foi de implantação de um espaço denominado EcoEspaço de Cientistas Mirins. Os alunos percebem o local com muita admiração, motivação e curiosidade, no entanto, alguns professores ainda o recebem com estranhamento, demonstrando dificuldades de incorporá-lo às suas práticas diárias, o que têm recebido orientações pedagógicas através do planejamento mensal. Diante da demanda apresentada pelos alunos, o EcoEspaço tem fundamental importância para a sua formação integral, pois promove competências indispensáveis ao ingresso na universidade. No entanto, para que essa nova realidade seja efetiva, fazem-se necessários programas locais e pontuais de formação docente, através de parcerias, seja por meio de programas de extensão pelas Instituições de Ensino Superior ou ações do governo, como exemplo o programa “Novo Mais Educação” que investe em monitorias para ministração de oficinas por estudantes universitários.