Em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente, instituições de acolhimento são locais nos quais crianças e adolescentes permanecem sob proteção do Estado, enquanto aguardam reintegração familiar ou designação para uma família substituta. O presente trabalho pretende relatar uma experiência durante o estágio curricular obrigatório do curso de Psicologia em uma instituição de acolhimento de Maceió/AL. Realizaram-se encontros potencializadores com intuito de produção de histórias de temática livre que resultaram em 9 histórias produzidas com a predominância de protagonistas masculinos. Percebeu-se que as narrativas apresentam associações do masculino à brincadeira, amizade e vínculo familiar, enquanto o feminino é associado à família na figura materna e a interesse sexual, repetindo valores machistas que compõe estruturalmente nossa sociedade. As atividades de produção de histórias possibilitaram o fortalecimento de vínculos entre os adolescentes e a estagiária, reforçando o valor da ludicidade no contexto de intervenção. Conclui-se a necessidade de intervenções que permitam uma rediscussão de papeis definidos culturalmente, possibilitando desconstruções de noções que perpetuem ideais machistas e excludentes.