Este estudo de caso visa explicar os desvios sexuais de Maria como dimensão de seu psiquismo. Os atendimentos realizados totalizaram quarenta sessões, norteadas pelos princípios éticos da psicologia e conduzidas através da técnica de psicoterapia de orientação psicanalítica. Para embasar tal análise, apresenta-se a concepção psicanalítica sobre o desenvolvimento psicossexual, a partir de Freud, acerca da perversão presente em sua obra como também, outros autores psicanalíticos contemporâneos. Aborda-se o desenvolvimento da estrutura de personalidade perversa na visão do autor Jean Bergeret. Desenvolve-se conceitos como: complexo de Castração, complexo de Édipo e pulsão sexual para esclarecer os desvios sexuais da paciente. Maria revela ter desejos sexuais sadomasoquistas; diz que o sexo tem de ser sujo e nada bonito; sua pulsão sexual não está submissa à primazia genital, mas sim às formas parciais de obter prazer. Observou-se uma relação de simbiose da mãe para com a paciente, com exclusão do pai, aspectos estes que levaram a pulsão sexual de Maria a fixar-se nas fases pré genitais do desenvolvimento psicossexual. Conclui-se, que os desvios sexuais da paciente representam uma fixação na fase anal sádica, resultando numa inibição do seu desenvolvimento psicossexual, deixando uma marca do infantilismo no seu psiquismo.