Resumo:
Este artigo é proveniente de uma experiência de ensino no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), em que atuo como professor de língua portuguesa do Ensino Fundamental II, com alunos do 5º ao 9º ano, em uma escola pública do município de Campina Grande-PB. Na realização da prática docente, podemos observar que o processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa na sala de aula acontece quando o fato linguístico é inserido na esfera social, para torna-se um fato de linguagem, compreendendo como indispensáveis a unicidade do meio social e a do contexto social. Tomando por base o legado da obra de Bakhtin e seu Círculo (2003; 2012) para o que entendemos enquanto Teoria/Análise Dialógica do Discurso (BRAIT, 2006), o presente trabalho tem o objetivo de analisar algumas produções textuais desses alunos, que foram solicitados a reescrever o conto Chapeuzinho Vermelho, de Charles Perrault, após visualizarem imagens, charges e tirinhas que foram produzidas como novas versões para o texto. Esse momento possibilitou aos alunos a percepção das características predominantes da personagem e a possibilidade de reescrever a narrativa do conto a partir de sua compreensão ativa e responsiva, considerando suas realidades e seus lugares no mundo. O estabelecimento de relações dialógicas entre essas produções textuais e o referido conto permite compreender esses enunciados concretos aprofundando seu sentido vivo, com o apoio de outros sentidos (BAKHTIN, 2003). Além disso, a compreensão desses enunciados resulta na compreensão dos próprios sujeitos, visto que o dialogismo atravessa a constituição do próprio homem. Observamos que a atribuição de novos sentidos por parte dos alunos revela esses sujeitos em sua realidade local, e seu entendimento se torna fundamental para repensar a prática do professor em sala de aula e a formação de novos professores.
Palavras-chave: PIBID; Teoria/Análise Dialógica do Discurso; reescrita; dialogismo; compreensão ativa e responsiva.