Indicado no currículo escolar como tema transversal, o estudo da Orientação Sexual é de reconhecida importância para o desenvolvimento humano. Entretanto, a sexualidade ainda é matéria frequentemente mal vista pela sociedade, de tal forma que nas famílias e nas escolas muitos preferem silenciar, ignorar ou até mesmo ocultar questões de sexualidade na formação dos sujeitos, ainda cercada de mitos e tabus (FURLANI, 2009). Este trabalho, de abordagem qualitativa, investigou estudantes do último período do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas que cursaram a disciplina optativa Educação Sexual, pela primeira vez ofertada, no Campus II da Universidade Federal da Paraíba, no município de Areia-PB, com a finalidade de analisar a compreensão dos graduandos e graduandas acerca das questões de sexualidade e sobre a contribuição da disciplina para sua formação profissional e pessoal, tendo em vista que as ações docentes tem um papel importante na formação e orientação de seus alunos/as. A pesquisa foi realizada após o término da disciplina Educação Sexual, com a turma que contou com nove alunos e a coleta de dados foi efetuada por meio de questionário enviado por email. A amostra voluntária foi composta por quatro estudantes do sexo feminino e um do sexo masculino, com idades entre 21 a 26 anos. Os resultados apontam que durante a vida escolar na educação básica e superior a temática da sexualidade não fora objeto de estudo, sequer de discussão para o grupo pesquisado, como também foi avaliada como positiva a experiência de aproximação da temática da sexualidade por meio da disciplina Educação Sexual, tanto para o desenvolvimento pessoal como profissional dos futuros docentes, que se consideraram como dispostos a abordar os assuntos que se relacionam com a sexualidade a partir dos conhecimentos adquiridos, mesmo observando a complexidade dos assuntos. Portanto, confirmou-se a necessidade de incluir estudos sistemáticos sobre sexualidade na formação docente, para que se possa contar com as condições mínimas por parte d@s futur@s educador@s ao tratamento da temática em sala de aula, para além da abordagem higienista e biologicista, numa perspectiva emancipatória (BONFIM, 2012), com respeito à diversidade.