No Brasil, o livro didático ocupa posição central no processo de ensino e aprendizagem. O livro didático que surgiu com o intuito de complementar os livros clássicos, mas ainda se encontravam descontextualizados da realidade social dos discentes. Assim, este instrumental é o principal material de ensino em sala de aula e que o interlocutor dos alunos não é mais o professor, mas o autor do livro didático. Este sendo um instrumento que além de favorecer a aprendizagem do aluno, também favorece a compreensão da realidade, conduzindo-o a pensar de forma crítica e reflexiva. Dessa forma, este estudo visa analisar as imagens contidas nos livros didáticos, que nos remetem a história e cultura afro-brasileira, quer dizer, iremos discutir a inserção do negro na educação brasileira, partindo do princípio de que durante muito tempo, sua cultura, legado e contribuições no campo social, cultural e religioso foram invisibilizados. Utilizamos enquanto abordagem teórica os estudos desenvolvidos por Fiorin (2007); Silva (2008); Mazière (2007). Após essa análise podemos inferir que houve uma melhoria, mas este ainda não é suficiente, visto que o Livro Didático ainda persiste, muitas vezes, no discurso racista que naturaliza a condição de branco e estigmatiza o negro. Desse modo, torna-se necessário repensar a ideologia presente nos Livros Didáticos, nesse sentido identificamos ideologia sendo o estudo de como a circulação das formas simbólicas cria, institui, mantêm e reproduz relações de dominação. Para finalizar, precisamos mencionar que embora o Ministério da Educação e Cultura tenha tomado iniciativas para melhorar o controle dos livros didáticos a serem distribuídos para as escolas públicas, com o objetivo de evitar a distribuição de obras que contenham representações negativas em relação ao segmento negro, ainda não se encontra com facilidade livros didáticos que abordem a colaboração desta etnia na construção do país, incluindo aspectos positivos da história do negro no Brasil.