O presente artigo é fruto de uma experiência prática propiciada pela disciplina de Psicologia Escolar, realizada por três graduandos de psicologia. Objetivou formar uma rede de apoio e de partilha de experiências e informações em prol da desconstrução de dogmas equivocados sobre os limites e possibilidades da pessoa com deficiência, a partir do acesso às concepções de pais e/ou outros familiares de deficientes auditivos a respeito da deficiência dos filhos, dos recursos de comunicação para com estes e sobre a qualidade das interações linguísticas que estabelecem com as crianças surdas. Partiu-se do paradigma da inclusão como modelo de referência para o planejamento de intervenções focalizadas na escuta, na motivação e na conscientização dos participantes em permanecerem no aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). As atividades foram realizadas em uma escola pública de áudio-comunicação, situada na cidade de Campina Grande-PB, por meio da metodologia de oficinas educativas, baseadas em pesquisa bibliográfica prévia a respeito da deficiência auditiva, relacionamento entre os pais e o filho surdo e sobre a inclusão no ambiente escolar, com utilização de vídeos com entrevistas, depoimentos e ilustrações sobre situações diversas vivenciadas pelo surdo e sua família. Essas atividades propiciaram aos pais e/ou cuidadores momentos em que pudessem falar de seus desafios e angústias; fez emergir entre eles reflexões e discussões sobre diversos assuntos referentes aos filhos com deficiência auditiva, como a importância da comunicação para o desenvolvimento do indivíduo, vida afetiva, escolha profissional, etc., desconstruindo velhos paradigmas e encorajando todos os participantes a reivindicarem na sociedade, junto com o deficiente auditivo, melhores condições para o desenvolvimento do ser humano, condições essas que respondam às diferentes limitações que possuímos, valorizando e propiciando o desenvolvimento saudável e peculiar de cada cidadão. Aos discentes, essa experiência permitiu a atuação junto a pais de pessoas com deficiência e, a partir desta, perceber a importância e os efeitos da atuação do psicólogo escolar como agente colaborativo para a otimização do processo de ensino-aprendizagem e promoção do bem-estar biopsicossocial.