O presente artigo se propõe a discutir sobre a utilização da leitura imagética no ensino de música, sob uma perspectiva bilíngue, em sala de aula regular, a partir da produção de Fichas rítmicas, com alunos surdos e ouvintes. Trata-se de um recorte de uma pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN, na linha de pesquisa em Educação e Inclusão em contextos Educacionais, tendo como campo empírico uma Escola da rede pública Municipal de anos iniciais na cidade do Natal/RN, tendo como coparticipantes da pesquisa 37 alunos matriculados em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental, dos quais 4 eram Surdos, sendo um menino com perda auditiva neurossensorial bilateral moderada à severa; e 3 meninas com perda auditiva neurossensorial bilateral profunda; e demais 33 ouvintes, com faixa etária variante entre 11 e 14 anos de idade. Ancorada nas concepções teóricas de autores da Educação Inclusiva, da Educação de Surdos e do Ensino de Música, a presente pesquisa desenvolveu-se sob as diretrizes metodológicas da Pesquisa Intervenção, reconhecendo que o conhecer se dá processualmente pela interação entre sujeitos, de maneira dialógica e alteritária. Concluiu-se assim, que a utilização das Fichas Rítmicas, enquanto estratégia visual, é um recurso eficiente nas aulas de música com alunos surdos e ouvintes, e que atividades propositivas, de cunho inclusivo, possibilita aos alunos a compreensão da música como uma arte a ser construída tanto individual quanto coletivamente, além de viabilizar a possibilidade de todos serem capazes de aprender e produzir música, independentemente de sua condição sensorial auditiva.