O presente trabalho tem como objetivo apresentar o desenvolvimento de uma pesquisa com revisão bibliográfica a partir dos conceitos de comunidade surda, cultura surda e literatura surda, considerando-os como elementos constituintes da identidade da pessoa surda. Nesse intenção, cabe conceber o sentido de identidade como um artefato que envolve expressões e memórias culturais que determinem o sentido de homem e de sociedade em que estão inseridos. A construção da identidade de uma pessoa surda não é algo simples de se conceber. Trata-se de um grupo envolvido em outras comunidades (de ouvintes) que envolvem o uso da fala, ou seja, de um discurso diretamente ligado ao conhecimento de uma língua. Logo sua cultura adquire um sentido de compreensão complexa, uma vez que seus membros constantemente convivem em ambientes bilíngues, adquirindo um perfil de multiculturalidade. Portanto, a questão da surdez, está intrinsecamente relacionada tanto com a comunicação, quanto com a educação, assim como com a cognição visual/sinalizada. Ou seja, não se pode considerar a surdez como, em sua condição para pessoa, como o estabelecimento de uma identidade “nativa”. Longe disso, há de se reconhecer que as relações identitárias ocorrem também por experiências visuais e estão projetadas nas suas próprias comunidades.