O advento das novas tecnologias digitais com ledores de tela trouxe relevada contribuição para o avanço na educação das pessoas cegas. Por conseguinte, o sistema Braille, que também representou um avanço na época de sua engenhosa criação, possibilitando o acesso direto à leitura e escrita de pessoas cegas por meio da utilização do tato, enfrenta certa “crise” na atualidade. Diante disso, esse trabalho tem como objetivo analisar as concepções de pessoas cegas sobre o ensino do Sistema Braille no contexto das novas Tecnologias Digitais da Comunicação e Informação. Nosso embasamento teórico parte dos seguintes autores: Fredric Schroeder (1996), Lemos (1999), Oliva (2000), Marcuschi (2001), Belarmino (2001), Brasil (2003), Ochaíta e Espinosa (2004), Siaulys (2004), Almeida (2005), Vygotsky apud Sacks, (2006), Martins (2014), além de outros autores e documentos que abordam a referida temática. A metodologia usada foi a pesquisa qualitativa, por meio da realização de um questionário com seis pessoas cegas que já concluíram o ensino superior e que utilizaram/utilizam tanto o Sistema Braille como outras formas de acesso à informação. A pesquisa oportunizou-nos o conhecimento de que, do ponto de vista de pessoas cegas e dos autores, é necessário que seja reavaliado o uso do Braille e das novas tecnologias promovendo um equilíbrio. Ficou claro que elas não devem ser substitutivas do Braille, mas complementares. Tendo em vista que todos as estratégias e recursos utilizados apresentam algumas limitações em determinadas situações, faz-se necessária a existência de um leque de oportunidades para que as pessoas cegas possam se comunicar, obter informações, ter acesso ao conhecimento, ser incluídas na sociedade e exercer, efetivamente, a cidadania.