Nos últimos anos, o panorama educacional no Brasil tem sido modificado evidenciando o surgimento de tendências como as de cunho inclusivo, que ganham espaço partindo da Escola como instituição cada vez mais preocupada com as questões sociais. Dentro da gama de seguimentos possíveis atreladas ao termo inclusão está à inclusão de pessoas com necessidades especiais. No caso exato para essa composição textual, a inclusão de Deficientes Visuais, onde incluir é possibilitar e oportunizar meios para o desenvolvimento de tais sujeitos, evoluindo do ponto de vista prático e teórico, capacitando profissionais envolvidos no processo educacional, desconstruindo preconceitos e paradigmas. Todos os aspectos anteriormente citados estão intrinsicamente ligadas ao currículo e componentes curriculares aos quais os estudantes são submetidos, e onde a geografia enquanto disciplina encontra-se situada no que diz respeito ao conhecimento científico. A geografia tem como característica levar os alunos a pensar e agir o mundo onde eles estão inseridos. Pensar e agir o mundo que vivemos e os fenômenos que nele ocorrem já não se apresenta muito simples para os chamados videntes, imagine para aqueles que por algum motivo não detém a visão, ou tem uma perda parcial da mesma. Complicado? Impossível? Tudo vai depender do empenho de quem se propõe a desenvolver tal habilidade e de quem vai auxiliar nesse processo. A geografia é uma disciplina que pode garantir a inclusão dos Deficientes Visuais, ela nos oportuniza a compreensão da relação homem e meio e homem com a sociedade. O seu ensino, por ter essa característica de poder ser assimilado pelo aguçar de diversos órgãos do sentido, pode sanar o déficit deixado pela visão, mesmo sendo este o órgão crucial para o seu trato. Dentre os órgãos dos sentidos mais utilizados no ensino de geografia para os Deficientes Visuais, está o uso do tato como um dos mais importantes. A cartografia destaca-se nesse sentido por possibilitar a construção de mapas táteis e explorar as formas para assimilação dos principais conceitos dessa ciência. Pensando em tudo que acima foi mencionado, o seguinte texto, propõe descrever como a cartografia tátil pode acontecer nas salas de aula onde existem alunos com Deficiência Visual e alunos considerados normais. Para chegar a tal objetivo que caracterizará o texto como teórico-reflexivo, busca-se adentrar na literatura própria sobre inclusão, cartografia tátil e ensino de geografia. A metodologia utilizada para responder ao objetivo geral pauta-se no levantamento e revisão bibliográfica, baseado nos principais nomes que discutem a temática.