A organização da sociedade atual, alterada dentre outros eventos pelas sucessivas revoluções industriais, se situa no patamar da quarta revolução industrial, marcada pela interação entre máquinas, a internet das coisas e a computação em nuvem não se relaciona apenas à dinâmica de produção e consumo, mas também repercute no contexto educativo sendo necessária a ressignificação de práticas e da formação docente para esta realidade (LEITE, 2022). Considerando que o ensino de Química é marcado pela dificuldade de aprendizagem de conceitos pelos estudantes, já que estes os compreendem como dissociados de suas vidas (SANTOS e MENEZES, 2020), há a necessidade de empreender discussões que possibilitem a superação de tais desafios. Nos ancoramos no objetivo de analisar as contribuições das tecnologias digitais para a atuação do/a professor/a de Química, compreendendo que se faz relevante para potencializar o processo de ensino e o de aprendizagem ao passo que pode conferir robustez à formação docente por meio do processo de reflexão sobre a ação. Neste intento, empreendendo uma pesquisa de abordagem qualitativa de natureza bibliográfica, buscamos refletir acerca das produções realizadas sobre a temática nos últimos 10 (dez) anos, selecionadas por meio da elaboração de questões de pesquisa e critérios de inclusão e exclusão (KITCHENHAM, 2004) e analisadas por meio da Análise Textual Discursiva (MORAES e GALIAZZI, 2016). Percebemos que houve uma profusão de trabalhos que relatam a utilização de recursos digitais nas salas de aula, sobretudo nos últimos anos, o que pode ser derivado de um processo autoformativo somando-se às contribuições das aulas remotas durante o período pandêmico, mas poucos trabalhos apresentam uma relação estrita com a dimensão da formação do professor de Química, havendo a necessidade de produções que aprofundem esta temática. Ao mesmo tempo, percebemos as potencialidades das tecnologias digitais, sobretudo quando utilizadas em conjunto com metodologias de ensino apropriadas.