A população LGBTQIA+ ainda ocupa as primeiras posições nos rankings mundiais de violência, morte e discriminação. Destarte, neste estudo, investigaram-se as dinâmicas de poder e a LGBTQIA+fobia no ambiente escolar a partir das concepções de biopoder de Michel Foucault e das análises de Giovanni Olsson direcionadas ao "poder sobre", com a finalidade de compreender como essas teorias explicam a marginalização e a violência contra a população LGBTQIA+, explorando as relações de dominação impostas pelo Estado, família, sociedade e instituições educativas. Assim, a pesquisa foi conduzida mediante uma metodologia de caráter qualitativo, envolvendo três etapas principais, a saber: pesquisa bibliográfica, levantamento de dados empíricos e análise de notícias. Os resultados indicam que o Estado exerce um controle biopolítico que perpetua a marginalização, exclusão e formação de territórios do medo dentro das escolas, onde alunos e alunas LGBTQIA+ são acometidos por práticas violentas. Desta maneira, as dinâmicas de "poder sobre" estão presentes nas relações familiares e escolares, contribuindo para o aumento dos casos de violência contra essa população. Conclui-se que, mesmo com a criminalização da violência LGBTQIA+fóbica e a garantia de direitos constitucionais, vivenciamos uma situação de retrocesso nas políticas públicas, o que tem tornando esses mecanismos insuficientes por não gerarem mudanças estruturais na agenda de políticas públicas e na sociedade.