Apresentamos um estudo que se vale de material empírico produzido numa investigação realizada com estudantes da Educação de Pessoas Jovens e Adultas (EJA), moradores da zona rural pernambucana, o qual objetivou analisar a constituição/mobilização de práticas de numeramento em suas atividades laborais e as relações que se estabelecem entre essas práticas e aquelas forjadas no contexto escolar. Na fundamentação teórica, buscamos colocar em diálogo diversos campos: o da EJA e o dos estudos sobre numeramento; o das teorizações de Paulo Freire e o da enunciação Backhtiniana; o da Educação do Campo e o da Etnomatemática. A metodologia adotada referenciou-se num marco etnográfico orientador dos procedimentos de trabalho de campo e da análise do material empírico. Percebeu-se que práticas discursivas de numeramento efetivam-se mais nos discursos matemáticos (inseridos nas práticas laborais) do que na matemática do trabalho, onde a função pragmática da narrativa sobre os procedimentos descola-se da resolução do problema.
Palavras-chave: Práticas de Numeramento e Educação de Jovens e Adultos; Educação do Campo e Etnomatemática; Diálogos.