Este artigo apresenta o resultado de investigação cujo objetivo foi analisar a percepção dos estudantes sobre a inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em cursos técnicos integrados ao ensino médio, sob o contexto dos institutos federais brasileiros. A pesquisa explora a complexidade desse processo, destacando as diversas barreiras enfrentadas pelos alunos com TEA, tais como dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos restritos ou repetitivos. Utilizou-se como técnica de coleta de dados, a entrevista semi estruturada e os dados foram analisados através da técnica de Bardin (1977). A população foram seis alunos do curso técnico integrado ao ensino médio, sendo dois autistas, um em avaliação diagnóstica e 3 sem autismo. Inicialmente foi levantado o perfil dos pesquisados e em seguida foram feitas questões relacionadas à inclusão escolar. Para os estudantes autista perguntou-se sobre relação colegas-professor, dificuldade e expectativas na área acadêmica e laboral e o que eles sugerem para melhorar a inclusão. Para os alunos que não são autistas perguntou-se o que é autismo, se eles conhecem pessoas com autismo e como lidam com isso, também foram questionados a respeito do papel do instituto como comunidade inclusiva. Constatou-se que os pesquisados percebem necessidade de melhorias nesse processo de inclusão, que é preciso melhorar a formação docente, a conscientização sobre o respeito e o sentimento de invisibilidade que eles sentem. Apesar, disso, consideram que a instituição cumpre o seu papel como comunidade inclusiva. Os alunos pesquisados que não estão no espectro sabem do que se trata o autismo e convivem bem com pessoas que estão no espectro. Entre as sugestões para melhorar a inclusão, citaram oferecer professores e tutores mais capacitados, palestras sobre o tema e atividades mais lúdicas para promover a aprendizagem.