Este trabalho tem como objetivo examinar os sentidos da metáfora da cascata e do caleidoscópio nos momentos originários da política de inclusão e acessibilidade da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Partindo da sociologia de Pierre Bourdieu como referencial teórico-metodológico, analisa as publicações acadêmicas acerca da inclusão assinada pelos membros das comissões de 2002 e as relaciona ao campo da Educação Especial Inclusiva, de modo a inquirir as implicações da metáfora em tela. É necessário ressaltar que tais comissões foram os primeiros movimentos da Instituição de Ensino Superior para apoiar os estudantes com deficiência. Os resultados apontam a obra de Romeu Kazumi Sassaki e Maria Teresa Eglér Mantoan como as bases intelectuais; a posição estruturante da obra da professora Lúcia de Oliveira Ramos Martins; e a reprodução de dois sentidos metafóricos – um conservador e um disruptivo – que racionalizam a distinção entre integração e inclusão e permitem o fortalecimento de políticas inclusivas com características locais e regionais. Recorrendo ao conceito bourdieusiano de campo, insinua que o espaço social constituinte da política de inclusão da UFRN excede as normativas legais, dada a evidenciação de uma zona de intersecção entre a Educação Básica e a Educação Superior. Um estudo desta natureza torna-se relevante por lançar luz sobre um recorte temporal pouco estudado e debruçar-se sobre documentos até então inéditos em pesquisas científicas, além de esclarecer os processos pelos quais as instituições constroem suas próprias políticas públicas.