A inserção das mulheres no ambiente escolar brasileiro ocorreu tardiamente; em determinadas camadas sociais, a saber as denominadas minorias, os impactos dessa problemática ecoam até a atualidade e influenciam diretamente na permanência e êxito das estudantes nas instituições de ensino. Desta forma, a presente pesquisa foi conduzida com o objetivo de analisar os principais entraves enfrentados para a continuidade dos estudos pelas discentes do Curso Técnico em Alimentos da modalidade Educação de Jovens e Adultos do Instituto Federal de Alagoas - Campus Murici. Para esse fim, foram aplicados trinta e quatro questionários para a realização de análise quantitativa. Ademais, foi desenvolvida pesquisa de cunho bibliográfico utilizando as plataformas “Google Acadêmico” e “eduCapes”. Os dados obtidos apontam a rotina exaustiva como a principal dificuldade enfrentada, com o total de 60% das respostas. É possível observar que, apesar da idade das entrevistadas terem variado de 23 a 59 anos, elas possuem em comum outros indicativos como o estado civil, predominantemente indicado como solteira (57,6%), a presença de filhos (82,4%) e a presença de vínculo empregatício externo (62,5%), além das atividades realizadas no ambiente familiar, que contribuem para uma tripla jornada de trabalho que afeta a maioria e fundamenta a rotina ser a alternativa de maior indicação para esta problemática. As demais respostas mais expressivas indicaram que 27,3% das entrevistadas não apresentam objeções para a permanência na escola, 15,2% não conseguem acompanhar os conteúdos trabalhados em sala de aula e 15,2% apresentam dificuldade em conseguir transporte diariamente. Faz-se necessário, portanto, o levantamento de debates sobre os desafios apresentados na presente pesquisa, assim como formas de contorná-los, intencionando a construção de um sistema educacional que atenda às necessidades das alunas e que contribua para a formação e introdução de mais mulheres nas instituições de ensino.