Sobre a construção de uma educação para as relações étnico-raciais é pertinente estar em constante atividade de reflexão crítica e situá-la como parte componente do percurso educacional. Assim, pôr em prática o planejamento de uma ação formativa com a intencionalidade de fortalecer uma cultura inclusiva demanda aprofundar o diálogo sobre práticas que ampliam a reprodução de propostas empobrecedoras da didática. Logo, com base nas Leis 1.639/2003 e 11. 645/2008 que estabelecem a obrigatoriedade do ensino da cultura afro-brasileira e indígena na educação básica desenvolvemos uma prática formativa em um contexto de formação inicial de professores de matemática, orientada pela abordagem da transversalidade em detrimento da lógica da disciplinaridade. A transversalidade expressa em problemáticas detectadas na sociedade atual assume um lugar estratégico para a promoção da investigação da realidade social e natural. Neste sentido, nosso objetivo consiste em investigar estratégias de ensino para a Educação Étnico-Racial no Ensino de Matemática. Considerando que uma educação para as relações étnico-raciais exige um compromisso com a valorização da criticidade, recorremos a uma abordagem metodológica orientada pela Pedagogia Histórico-Crítica de forma a fortalecer a reflexão e a compreensão do contexto, sendo a pesquisa-ação eleita como procedimento para o desenvolvimento da prática formativa. Como resultados, discutimos as potencialidades da mediação pedagógica e tecnológica a partir do uso de dois artefatos didáticos, os jogos matemáticos africanos e os infográficos digitais. Contudo, nos episódios formativos, através dos elementos de uma ação formadora, ou seja, escritas, falas, gestos, ações e outros, evidenciamos a importância de ampliar situações didáticas que relacionem a educação matemática com as relações étnico-raciais na perspectiva de uma educação inclusiva.