A utilização de dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes tem sido um tema de interesse crescente entre os pesquisadores. Estudos destacam que, embora a tecnologia possa trazer benefícios para esse público, é essencial estabelecer limites para preservar seu desenvolvimento e saúde. No entanto, evidências indicam que muitos indivíduos nessa faixa etária ultrapassam esses limites, resultando em consequências negativas, como comprometimento na interação social, na atenção e na memória, habilidades preditoras para a aprendizagem. Nesse sentido, o aumento do tempo de uso de telas, sobretudo entre as crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), tem preocupado profissionais de diferentes áreas. Pesquisadores do desenvolvimento apontam uma possível relação entre um menor controle no uso de telas por pais que adotam estilos parentais permissivos, podendo ser negligentes ou indulgentes. Sendo assim, o presente estudo objetiva verificar a relação entre os estilos de socialização parental com um maior ou menor controle do tempo de telas por pais de crianças e, posteriormente, verificar se há diferença em razão da presença do diagnóstico de autismo. O estudo se encontra na fase de coleta de dados, com aplicação da Escala de Socialização Parental (ESPA-29), um questionário sobre tempo de utilização de telas pelos filhos, e um questionário sociodemográfico. Pretende-se conseguir a participação de 160 pessoas, sendo 80 pais e mães de crianças autistas e 80 pais e mães de crianças em desenvolvimento típico. Com base em estudos anteriores, hipotetiza-se que a presença do diagnóstico de autismo esteja relacionada com um menor controle do uso de telas em crianças. Espera-se que a presente pesquisa contribua com os estudos no âmbito do desenvolvimento infantil e do Transtorno do Espectro Autista, servindo como fundamentação para estudos futuros.