O presente trabalho desenvolve-se a partir do objetivo de contextualizar a produção do conhecimento cientifico e a percepção de crianças na faixa etária de 10 e 11 anos de idade com relação ao perfil de cientista negra que se fomenta no Brasil. A luz das contribuições de pesquisadores como Munanga (1986); Gonzalez (2020); Davis (1944); Joselina da Silva (2009); Collins (2019); Almeida (2019); além de minhas experiencias como professora e pesquisadora. Para tal, o texto foi organizado a partir de uma pesquisa-ação de caráter qualitativo realizado com crianças na faixa de idade sugerida, buscando resgatar as percepções de Ciência que as crianças menores estão a desenvolver na Educação Básica. Construindo com isso, uma narrativa em torno dos saberes caracterizados como científicos, aliados a projeções de salas de aula e contextualizando as práticas que contribuem para criar conhecimentos ligados à intelectualidade de mulheres negras e à História da Ciência no Brasil. Culminando assim, com os desafios postos ao trabalho de produção e validade de conhecimentos femininos negros na comunidade científica brasileira. Nota-se a partir deste estudo que a visão eurocêntrica branca da Ciência perpassa todos os níveis da educação e apresenta-se com clareza na fase inicial desta modalidade de ensino uma vez que as crianças conseguem se despir de muitas atribuições do racismo cientifico.