O espaço escolar é um lugar privilegiado para a produção e reprodução de saberes e de cultura. As discriminações de gênero, étnico-racial e de orientação sexual, como também a violência sexista, são produzidas e reproduzidas em todos os espaços da vida social brasileira. Está trabalho, de natureza qualitativa, teve como foco analisar as concepções de e meninas do quarto e quintos anos do ensino fundamental II de uma escola publica da cidade do Recife. Os procedimentos metodológicos consistiram na realização de entrevistas com os alunos e posterior análise do conteúdo das respostas. O tratamento dos dados apontou que as meninas tendem a reproduzir os padrões estabelecidos pela sociedade, seja nas atividades realizadas por eles, seja pelas características consideradas femininas, sendo o comportamento das meninas considerado mais adequado ao ambiente escolar. Essa distinção dos gêneros também pode ser percebida nas adjetivações relativas aos gêneros e nas brincadeiras que as alunas realizam. Isso demonstra que a construção dos gêneros é social, como afirmado por muitos autores, já que se observa uma reprodução desses padrões que são estipulados pela sociedade atual, o que traz um alerta quanto à importância da escola no desenvolvimento de ações educativas que visem à superação de preconceitos, estereótipos e estigmas relacionados ao tema. Diante disso, as considerações finais apontam que é fundamental que questões de gênero e sexualidade sejam tratadas de modo educativo nas escolas e que, para isso, elas devem ser abordadas e incluídas nos currículos de formação docente, na perspectiva de construir uma sociedade igualitária, na qual o respeito à diversidade seja valorizado. A análise revela que os sentidos atribuídos a esses conceitos ainda carregam uma carga de preconceitos e estereótipos presentes no cotidiano das pessoas, sendo considerados polêmicos.