Este estudo tem como objetivo investigar por meio de uma revisão bibliográfica, como as abordagens de ensino por investigação ou atividades investigativas estão sendo implementadas no ensino de ciências para estudantes surdos no contexto da educação básica. O referencial teórico discute a importância do ensino de ciências e do uso de práticas investigativas, ressaltando que essas promovem o desenvolvimento de habilidades intrínsecas ao campo científico. O ensino por investigação aproxima a cultura científica da cultura escolar, permite a construção de conhecimentos pelos estudantes e o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo. Os documentos curriculares vigentes, como os PCNs e a BNCC, preconizam o uso de práticas investigativas no ensino de ciências. Em relação ao ensino de ciências para surdos, destaca-se a importância de se considerar a diferença linguística desses estudantes, valorizando a Libras como primeira língua e o ensino bilíngue, uma vez que as atividades investigativas são desafiadoras nesse contexto, mas podem promover aprendizagens significativas se adequadas às especificidades dos estudantes surdos. A partir da revisão realizada em bases de dados e anais de eventos, foram localizados e analisados seis trabalhos que abordavam o ensino de ciências por investigação com estudantes surdos. Identificou-se tanto possibilidades quanto equívocos e limitações na implementação de práticas investigativas nesse contexto. Compreende-se que a particularidade linguística do surdo torna o desenvolvimento do ensino por investigação uma tarefa ainda mais difícil para o professor, principalmente por conta da barreira comunicacional que se estabelece e a grande dependência, tanto do estudante surdo quanto do professor, da mediação do intérprete da língua de sinais.