A crise sem precedentes desencadeada pela pandemia da Covid-19 determinou uma crise global, deixando marcas profundas em diferentes áreas, incluindo a educação. O fechamento das escolas e a intensificação das aulas remotas como estratégia de ensino impôs diversos desafios para a garantia do direito à instrução de qualidade entre os diferentes grupos sociais, face ao contexto desigualdades socioeconômicas que caracterizam o território brasileiro. Entre os grupos mais afetados destaca-se o das pessoas com deficiência, que necessitaram de novas estratégias para efetivação da educação inclusiva com respeito à diversidade. Nesse sentido, apresentamos um Relato de Experiência das ações realizadas no âmbito de um estágio supervisionado na área da psicologia escolar e educacional com alunos de uma sala de atendimento de necessidades educacionais especiais em uma escola da rede pública de ensino estadual da Paraíba durante a pandemia. Nesta oportunidade, levantamos questionamentos acerca das consequências deste período atípico para os estudantes e sobre o modo de organização adotado pela referida instituição. Observamos a existência de diversos empecilhos referentes à comunicação e ao planejamento de matrículas e atividades, bem como uma incipiente articulação com professores(as) do ensino regular, dificuldades nas propostas de mediação familiar e acompanhamento das crianças e adolescentes. Além disso, foi perceptível o expressivo aumento da demanda por acolhimento de pais e responsáveis que demonstravam sentimentos de medo, angústia e tristeza e um interesse oriundo da gestão para dar prosseguimento aos trabalhos ainda que mediante diversas dificuldades. Esta experiência nos permitiu compreender que a educação inclusiva trabalha frequentemente pela “arte do possível” e que a pandemia desvelou as inúmeras dificuldades e desafios que enfrentados pelas pessoas com deficiência, sendo imprescindível e urgente a efetivação de políticas públicas mais inclusivas para atender as necessidades deste grupo social.