O ser humano busca efetivamente o motivo da sua essência e existência, pois nossas potencialidades nos tornam capazes de perceber o outro e os que estão a nossa volta. Pessoas absolutamente normais, até serem diagnosticados/rotulados, ocupam os espaços de discursos e de ações que deveriam ser destinados ao acolhimento e atendimento daqueles que realmente têm problemas. A esses, sob a máscara da inclusão, restam cada vez menos corações e mentes efetivamente sintonizados com eles... Até mesmo os poucos recursos públicos a eles destinados têm sido objeto de cobiça dos que inventam e reinventam as doenças do não-aprender e do comportamento. No presente estudo, teve-se como objetivo analisar o desempenho, em tarefas de leitura e escrita, de alunos com o diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), bem como um grupo de alunos dislexos, buscando-se identificar dados característicos da aprendizagem de tais habilidades nas crianças portadoras do TDAH e dislexia. Participaram do estudo dez crianças, alunos cursando o ensino fundamental, provenientes da escola da rede municipal de ensino de Juazeirinho. A amostra foi dividida em dois grupos: cinco alunos com dislexia (G1) e cinco alunos com TDAH (G2), frequentando a mesma escola. Os instrumentos de coleta de dados avaliaram: os níveis de competência nos processos de decodificação e/ou reconhecimento de palavras reais e inventadas, a habilidade para interpretar mensagens e informações presentes em um texto e os tipos de erros ortográficos. Usou-se, complementarmente dos testes do IDEIA e Teste de desempenho escolar. Os dados do estudo acusaram dificuldade na aprendizagem da escrita e leitura. Nos protocolos que avaliava leitura por decodificação ou reconhecimento de palavras, o Grupo TDAH apresentou menos erros que o Grupo 1(um). A análise da produção dos sujeitos com TDAH avaliados permitiu concluir que, face à peculiaridade da aprendizagem dessas crianças, a internalização de algumas estruturas linguísticas mostra-se de aquisição mais demorada, e que a dificuldade em coordenar a atenção, a análise e a execução visomotora em tarefas de escrita mediante cópia constituiu um fator altamente complexo para tais alunos. Esses resultados sugerem que a cópia não é uma tarefa adequada ao processo de ensino/aprendizagem dos alunos com TDAH. É importante ressaltar que os dados obtidos não podem ser generalizados, uma vez que a amostra representada, apresenta um número simbólico para um mostra populacional.