O presente artigo visa desenvolver a partir da negatividade/niilismo queer de Lee Edelman uma hipótese de ficção política: diante da mudança climática, enquanto intromissão do Real na acumulação capitalista neoliberal, pode decorrer um movimento de recrudescimento de identidades normativas em um horizonte palingenético. A crise do reprodutivismo futurista, entendido como uma orientação a um futuro de plena realização comunitária, aportada pelo Novo Regime Climático pode ter, como resposta, um retorno ao passado em sua figuração normativa e identitária. A fim de desenvolver essa hipótese, junto do pensamento de Edelman, trazemos, igualmente, o pensamento de Latour, Fisher e a ficção especulativa de Margaret Atwood.