A mulher negra, ao se relacionar com o mercado de trabalho, é atravessada por questões de gênero e raça que as colocam em situações de desigualdades, em relação aos demais grupos sócio-raciais, e superexploração. A formação da sociedade brasileira foi marcada pela escravidão, e esta foi responsável pela estruturação das relações de dominação entre brancos e negros, e entre homens e mulheres, colocando negros e mulheres na base da hierarquia social. Na atualidade, as mulheres negras se encontram como maioria entre os não ocupados, ocupando lugares de menor valor social no mercado de trabalho, com o exemplo do trabalho domestico (remunerado e nãoremunerado), trabalhos por conta própria (sem direitos trabalhistas), e pequeno percentual entre empregadores, o que lhes geram menores salários. A superexploração da força de trabalho combinada ao racismo é uma ferramenta sofisticada de dominação e acaba por submeter o conjunto das trabalhadoras negras a diversos tipos de condições laborais inferiores aos demais grupos.